Social Icons

facebookemail

Jurassic Park Interactive

1993. A gigante da mídia MCA (hoje absorvida por outras empresas) compra a Universal Pictures e cria a Universal Interactive Studios, que por sua vez passa a fazer parte do grupo responsável pela 3DO Company. O primeiro jogo da UIS no sistema é um game da franquia arrasa quarteirão Jurassic Park, apoiado por um orçamento milionário e um time de sonhos. A campanha de marketing é gigantesca, telas incríveis são impressas em todas as revistas da época. "Jurassic Park Interactive" tem tudo para ser um dos games mais fantásticos que se tem notícia. Mas o produto final foi um tanto decepcionante, para falar o mínimo.


Único game de estratégia baseado no primeiro filme, coloca o jogador como um operador no controle do parque logo após a falha catastrófica dos sistemas provocadas por Dennis Nedry e sua missão é guiar em segurança os sobreviventes que estão espalhados por toda a Isla Nublar até o heliponto. Também está ao seu encargo quebrar os protocolos de segurança de Nedry para desbloquear as comunicações e conseguir avisar o navio que partiu da ilha para a terra firme que o mesmo encontra-se cheio de velociraptors (uma parte da história que está no livro original mas não chegou a aparecer no filme).

O game exclusivamente apresenta a trilha sonora de John Williams e trechos digitalizados diretamente do filme. Há também novas cenas com os personagens, mas devido a direitos de imagem, os atores são sósias. Graficamente é muito bonito, os sistemas da ilha são fiéis aos vistos no filme e os elementos das fases  são grandes e bem desenhados/digitalizados. O som do game é sensacional e você perceberá isso ao ouvi-lo em um bom equipamento.

Tela de boot, menu principal e sequência de abertura
Mas o jogo em si é simplório e aí temos o problema de se criar um hype gigantesco ao redor de um produto: Basicamente você através dos monitores da sala de controle, jogando em turnos, pula de personagem para personagem, guiando-os por vários setores do parque no caminho da fuga. Dependendo do lugar onde se encontram, a ação alterna em 3 minigames:

Spitter Shoot - Galeria de tiro na selva onde você tem nas mãos uma taser gun e enfrenta dilofossauros. Quando atingido por eles a tela vai escurecendo até chegar ao ponto onde fica totalmente preta, seguida pelo ataque do bicho.


T-Rex Chase - Fase onde você dirige um jipe de um ponto a outro com um tiranossauro rex na sua cola. Erros no trajeto ou derrapagens deixam ele cada vez mais perto, se alcançar é fim da linha pro personagem, que morre esmagado. Chega a ser frustrante que a maior estrela do filme apareça somente no retrovisor do seu jipe durante o jogo.


Raptor Maze - Sem dúvidas a melhor coisa do game. Utilizando uma versão inicial do engine de Killing Time, você, em primeira pessoa, desarmado e dentro de um edifício, precisa encontrar chaves que abrem as salas adjacentes e depois a saída enquanto um raptor à solta o segue e tenta a todo custo devorá-lo. Esta sequência vale ser jogada por ser graficamente muito bem feita e bastante tensa. Como no filme, o menor movimento atrai o bicho e você pode ouvi-lo abrindo as portas atrás de você.

Todas as fases, conforme o ponto onde os personagens estão, tem pequenas diferenças de tempo e layout.  Há ainda os mini games que Dennis Nedry deixa para quem tentar desabilitar as travas no sistema de comunicação, mas estes são releituras fáceis e preguiçosas de clássicos de arcade (Asteroids, Space Invaders) e que não empolgam (mas precisam ser vencidas caso você queira ver o final verdadeiro). Falando nisso, o game tem vários finais, que são mostrados conforme a porcentagem de pessoas que você salva e se consegue avisar o navio à tempo.

Os mini games de Nedry
Jurassic Park Interactive é um caso clássico de "jogos ruins baseados em bons filmes". Apesar de ser o game ter sido produzido por uma equipe estelar e lançado no hardware mais potente da época, inúmeras intromissões do estúdio, alterações de última hora, falhas de projeto e prazo curto fizeram com que a adaptação tivesse uma abordagem ingênua e superficial e não fizesse jus a tremenda expectativa criada durante o desenvolvimento. Nos outros sistemas da época (SNES, Megadrive e SEGA CD) a franquia teve mais sorte.

Donald, aproveite o jogo e ignore o Nedry, este fanfarrão. 
Mas ainda assim a versão de 3DO obteve reviews que vão de medianos a positivos no lançamento e acabou vendendo muito bem, chegando a encartar algumas séries do console. Inclusive até hoje permanece como um dos mais vendidos do 3DO.
_______________________________________________________
No Brasil: Comum

Edições completas americana e japonesa





Translate