Então você gosta daquele vôo retrô na sala de estar e acha que Ace Combat foi o máximo que um console de videogames chegou perto de um simulador de vôo na geração 32 bits? Descubra Flying Nightmares, lançado para 3DO pela DOMARK em 1995.
Mas observe: Só temos um avião disponível aqui: O caça AV 8B Harrier II (aquele que decola e pousa na vertical, que ficou famoso no filme True Lies sendo pilotado pelo Arnold).
O game foi programado utilizando uma revisão do Engine gráfico do jogo "MIG-29" do Mega Drive, com supervisão direta de pilotos reais do Harrier (do verdadeiro esquadrão "Flying Nightmares" da Marinha Britânica) e os detalhes surpreendem: O painel feito com fotos reais funciona, os freios aerodinâmicos e das rodas idem, bem como os jatos verticais, afterburner. Se você tiver um manche Flightstick PRO, pode se concentrar apenas na dificuldade da pilotagem e do jogo em si, mas se a sua única opção for o joystick, vai ser bem difícil de terminar o game, pois há uma infinidade de comandos, extensivamente explicados nas quase 40 páginas do manual.
Os inimigos vão de baterias antiaéreas e lançadores de mísseis até F-16s, A4 Skyhawks, F-4 MKII, Helicópteros HUEY e até lentos mas mortais, com suas metralhadoras, Hércules C-130. Se a coisa ficar realmente feia, em determinados momentos o jogo coloca até 3 wingmans para ajudar e é muito bonito vê-los decolar na sua frente no convés do porta aviões, mas eles não fazem muita coisa, não. Além disso sua munição é limitada e você precisa escolher cautelosamente antes da missão, após o briefing.
Falando em missão, o teatro de guerra se passa na ilha fictícia de Barcala, que guarda semelhanças, tanto no relevo como na situação enfrentada com a Guerra das Malvinas em 1982, onde os Harrier Jump Jets foram testados de verdade em combate pela primeira vez. Cada objetivo cumprido deixa marcas irreversíveis para a próxima etapa. Isso quer dizer que se você destruir uma estrutura na primeira missão, na quinta ao ser sobrevoada ela ainda estará soltando fumaça.
É um jogo masoquista e com um realismo que as vezes pode decepcionar ou frustrar: Por exemplo, um míssil pode fazer um lock-on em você partindo de um caça fora do seu campo visual. Se isso acontecer, observe a direção que ele vem e tente manobrar o mais rápido que puder, mas dificilmente vai se safar. Talvez se houver tempo para uma curva brusca e um mergulho ao nível do chão enquanto solta as contra medidas, escapará.
Telas de abertura, decolagem e em vôo.
Menu principal
Um wingman se prepara para decolar na sua frente.
Ao voltar para o seu porta-aviões você pode tentar pousar, diminuindo a velocidade e acionando os jatos verticais enquanto manobra no convés (diga-se de passagem há um agradecimento especial no manual ao Capitão Andrew Shorter da R.A.F., que deve ter sido a única pessoa no mundo capaz de pousar o caça no jogo), mas há um piloto automático muito útil que faz esta parte sozinho.
Vou ali pousar, é fácil e....ooooopa!
Graficamente o jogo é um pouco irregular, com alguns elementos bem detalhados e texturizados e outros nem tanto. O frame-rate pode ficar bem prejudicado se você estiver em uma área movimentada. Além da câmera interna há câmeras laterais, fly-by, câmeras de míssil e visão de inimigos.
A ótima sequência de abertura já mostra o que está por vir.
A trilha sonora de Flying Nightmares é excepcional. Composta pelo vocalista da banda (de-um-momento-que-já-passou-há-muito-tempo) Jesus Jones, Mike Edwards, vai colar na cabeça na primeira audição.
CH Flightstick PRO
Bem, obviamente é um game para poucos. Jogadores acostumados a descer o dedo nos inimigos podem ficar bem frustrados quando não conseguirem decolar pela nona vez. Não é o sensacional Ace Combat ou Pilotwings. É um produto único de uma era diferente e deve ser visto e jogado como tal.
Obrigatório se você tiver um CH Flightstick PRO na estante.
Versões para SEGA-CD, PC e MAC foram planejadas, mas apenas a versão de MAC (muito boa aparentemente) chegou as prateleiras.
___________________________________________
No Brasil: Relativamente raro.
