3DO Brasil

Bem vindo! Neste espaço o assunto é o sistema 3DO, uma tentativa ambiciosa feita nos anos 90 de estabelecer um padrão para os videogames similar ao VHS, DVD ou Blu-Ray.

O 3DO era licenciado pela 3DO Company como um formato único que empresas terceirizadas podiam fabricar e vender seus próprios aparelhos compatíveis. No time de fabricantes e desenvolvedores havia nomes como Electronic Arts, Capcom, Konami, SNK, NAMCO, Crystal Dynamics, At&T, Time-Warner, Matsushita, Goldstar, Sanyo e Samsung. O nome é uma abreviação da expressão "3 Dimensional Object".  Foram lançados à partir de 1994 versões de 3DO da Panasonic, Goldstar, Sanyo e uma placa que tornava o PC compatível com a tecnologia, pela Creative Labs.

Principais modelos de 3DO

O sistema foi criado não somente como um console de videogame, mas uma central multimídia para toda a família, um conceito então muito à frente do seu tempo. Além de jogos o aparelho era compatível com praticamente todas as mídias em CD que existiam (CDs de música, CD-Rs, CD+Gs, Photo CDs). Falando de maneira simplificada, um 3DO funcionava com um processador geral RISC ARM60 de 32 bits, 2MB DRAM, 1MB VRAM e um drive de CD-ROM de dupla velocidade. O som era Dolby Surround com 16 bits e sampleamento em 44.1khz. Possuía saídas RF, RCA e S-Vídeo. 

Modelo da Panasonic para hotéis, placa para PC e o 3DO Coreano da Goldstar.

Outra inovação é que o console só possuía apenas uma tomada para joysticks, mas cada controle tinha nele próprio uma outra entrada, podendo ser interligados chegando ao número de 8, sem necessitar de um multi-tap. Cada controle tinha saída de fone de ouvido e um botão de volume individual.

Era uma era de experimentação, de chegada dos gráficos poligonais, dos jogos em FMV tirando vantagem do armazenamento descomunal do CD com relação aos cartuchos. Os desenvolvedores tinham muitas respostas e estavam a procura de perguntas. O 3DO não recebeu apenas games mas também os chamados "edutainment CDs", que nada mais eram que CD-ROMs interativos como enciclopédias, atividades infantis e até mesmo conteúdo erótico.

Alguns exemplos de edutainment CDs

 Devido a pretensão de estabelecer um padrão comum para todos os videogames e dominar o mercado, a política de controle de qualidade da 3DO company era muito flexível, o que não era muito bom. Muito material com qualidade variada, jogos excelentes, regulares e até ruins saíram para o console. Além de alguns exclusivos obrigatórios, algumas franquias de sucesso começaram no 3DO, enquanto outras passaram por uma reformulação que as tornou impressionantes para a época. 

 A 3DO Company, com o idealizador do sistema Trip Hawkins coordenava o negócio ficando com royalties e participação nas vendas de consoles e jogos. Fatores como o preço inicial proibitivo (700 dólares), o posicionamento como um produto elitizado, a chegada do Saturn e principalmente do Playstation acabou derrubando as vendas e inutilizando o modelo de negócio. E o 3DO encerrou sua vida após breves 2 anos no mercado.

No Brasil o 3DO sempre teve boa cobertura pelas revistas de games e apareceu de mansinho nas lojas pouco depois do lançamento, primeiramente em locadoras e depois nas casas de alguns corajosos a pagar o seu preço, mas nunca foi um console muito popular. Os jogos custavam o equivalente aos games em cartucho, porém mais difíceis de encontrar pois nunca houve uma distribuição oficial do console por aqui. Uma curiosidade é existiu um rumor que a Goldstar (Hoje LG), na época lançaria títulos localizados, mas isso nunca aconteceu. 

Em decorrência desse cenário, no Brasil, uma grande parte das pessoas conhece somente os jogos mais populares do console, sendo Road Rash, The Need for Speed, Gex, Mad Dog e Fifa sempre os mais citados. 

Crash n'Burn - Daedalus Encounter  - Alone in the Dark - The Need for Speed

Por aqui falaremos regularmente do universo dos jogos, bons e ruins, e eventualmente do cenário do colecionismo do sistema.

Não deixe de conhecer a página dedicada ao 3DO no Video Game Database, o maior site sobre retrogames do Brasil.